quinta-feira, 19 de abril de 2012

A Imprensa Brasileira

Há tempos perdi a vontade de assistir alguns programas esportivos da Tv Brasileira. Particularmente acho que alguns comentaristas, por mais que a profissão seja comentar, sem o dever "ético" do Jornalismo de informar, tornaram-se chatos e prepotentes.
Incluo nessa alguns narradores e ex arbitros. Ai, você leitor, dirá, estou lendo papo de botequim. Sim, pode ser, o futebol também é papo de botequim, mas o fato é que muitos deles se acham mais importantes e mais sábios que muitos profissionais técnicos do esporte.
As vezes me questiono qual é a credibilidade técnica que um comentarista tem para criticar uma ação de um profissional do esporte? Bom, mas se não houver questionamento então podemos dizer que não somos democráticos e estamos caminhando novamente para a Ditadura. Lei da mordaça?
Não, não é nisso que quero chegar.
O fato é que o profissional da comunicação chegou a um ponto que deseja de qualquer forma ser diferente, porém se atualiza muito pouco. Uma boa parcela não sabe comentar por exemplo as transações de atletas do futebol.
Me dói ouvir de um "grande" jornalista que o atleta possui seus direitos federativos fateado em diversas partes. Não estou dizendo que o torcedor tenha que saber, mas o comunicador sim. Direitos Federativos somente o clube, que possui contrato com o atleta, possui o "direito". Direitos econômicos sim, são negociados, são negociáveis. São nos Direitos Econômicos que uma pequena parte é do atleta, uma outra do empresário e uma outra do clube. Isso é informação. O Jornalista precisa ser informado para poder informar.
É triste também ver diversas vezes no tira teima que o jogador estava impedido e o ex árbitro, hoje comentarista de arbitragem, ir contra as imagens diversas vezes e falar o contrário. Será que ele está se enganando ou acha que pode enganar milhões?
Outra situação que me irrita muito é ouvir muitas pessoas sempre dizerem que na década de 50, década de 60, Neymar, Messi, Ronaldo, seriam somente coadjuvantes no futebol e que sim, naqueles tempos se viam craques jogando e que hoje todos são pernas de pau.Tenho que respeitar a opinião, mas será que não conseguem distinguir que o tempo passou? Que as situações mudaram, a prática do futebol mudou? As regras continuam quase as mesmas, porém a dinâmica, o preparo, o dinheiro, a mídia, a exposição, o "glamour" do rico atleta, entre outras coisas mudaram.
Não tenho números, mas hoje um atleta corre quase 10 quilômetros em um jogo, perde litros de suor, em uma bola dividida ele não divide, ele disputa com três, quatro jogadores. Ai fica a pergunta, e nas décadas de 50,60? Como era?
O espaço e o tempo que os jogadores tinham para pensar em uma jogada era infinitamente maior.
Como seria o Messi nesses tempos?
Será que o Neymar seria melhor que o Pelé?
O Gérson teria tempo suficiente para lançar aquelas bolas fenomenais?
Bom, muitos desses jornalistas e comentaristas afirmam que nada é comparável aos velhos tempos. E não possuem dúvidas!
As vezes penso, será que estou ficando velho e estou ficando chato?
Me lembro de pequeno que o Pacaembu era mais aconchegante, que o Morumbi apesar dos 32 km da minha casa era muito mais "próximo" que hoje.
As "mesas redondas" eram esperadas com muito prazer. Eu gostava muito e odiava mais ainda o Roberto Havalone, eu ouvia os jogos do meu time pela Jovem Pan e tinha, tenho e terei sempre, como ídolo, o José Silvério. Eu sabia que os jogos não iam passar na TV. Os profissionais eram mais selecionados. Poucos tinha a oportunidade de estar "jogando" para o público seus pensamentos, suas informações.
Hoje até eu posso me expressar do jeito que quero. É simples. Todos tem espaço. Ai que entra a questão do ser diferente. Muitos forçam a barra para serem vistos. Falam mais do que devem, ouvem menos do que precisam.
Há um mês atrás, fiz questão de cumprimentar o Osmar Santos na Rua Javari. São poucos que poderão ser Osmar. Como na época do Pelé, atualmente poucos poderão ser Pelé. Hoje existem muitas oportunidades. Muitos jogam, muitos estão na Tv, muitos estão nas rádios, muitos, muitos e muitos. Quando há poucos, eles são mais valorizados, são mais vistos, são mais ídolos.
Por isso, tent ser mais seletivo hoje e quando vejo algo absurdo, como um ex goleiro falar que a má recuperação de um atleta X foi por que não houve a devida atenção do Staff do clube, mesmo sabendo das noitadas, mau comportamento fora de campo desse mesmo X, ou eu mudo de emissora ou começo a dar risada.
Mas aquela pessoa que poucas informações culturais e acadêmicas possuem aceitam normalmente.
Acho que é isso que me preocupa!


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